Depois de Jesus ter curado o paralítico junto à piscina de Betsatá, segundo o que nos conta o Evangelho de São João, muitos judeus escandalizaram-se com Jesus e procuravam maneira de lhe tirar a vida, pois não só não guardava o sábado, não respeitava os preceitos religiosos instituídos, como também se intitulava filho de Deus, ou seja, fazia-se igual a Deus na medida em que o dizia seu Pai.
Tal afirmação e todo o discurso que Jesus constrói para justificar a realização dos milagres revela a natureza profunda do ser de Jesus, a intimidade e relação que mantém com o Pai, e que lhe permite fazer todas as obras que realiza.
Jesus faz àqueles homens e a cada um de nós a sua confidência mais secreta, revela o seu segredo de vida, a forma como se encontra totalmente dependente do Pai, do qual recebe a vida e a missão salvadora.
Com esta revelação nós tomamos conhecimento do mistério da intimidade divina, mas se tal acontece é para que tomemos consciência de como tal mistério e tal intimidade se deve produzir também na nossa vida.
Ao revelar-nos que vive em doce intimidade com o Pai, em totalmente dependência, Jesus revela-nos também a necessidade de vivermos da mesma forma para não só gozarmos da filiação divina mas para também podermos realizar a missão a que o Senhor nos envia e convida.
Neste sentido a oração, a escuta atenta da Palavra de Deus, a Eucaristia, em que nos alimentamos do Corpo e Sangue do Senhor, e o amor fraterno vivido com verdade e justiça, são meios em que a nossa experiência se pode alimentar, fortalecer, e transformar. De sedentos de água viva podemos passar a fontes que saciam a sede.
Que o Senhor nos cative cada vez mais para vivermos na sua intimidade e a partir dela a nossa missão seja cada vez mais divina e salvadora.
Ilustração: “Trono de Misericórdia”, porta de sacrário, pintado por Franz Anton Maulbertsch.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarFrei José Carlos,
O excerto do Evangelho do dia de hoje (Jo, 17-30) e o texto da Meditação que partilha connosco são fundamentais para a compreensão da condição divina de Jesus, de filho de Deus.
Como nos salienta no texto ...” Jesus faz àqueles homens e a cada um de nós a sua confidência mais secreta, revela o seu segredo de vida, a forma como se encontra totalmente dependente do Pai, do qual recebe a vida e a missão salvadora.”…
Porém, Frei José Carlos vai mais além, recordando-nos que …” Jesus revela-nos também a necessidade de vivermos da mesma forma para não só gozarmos da filiação divina mas para também podermos realizar a missão a que o Senhor nos envia e convida”. …
Obrigada, Frei José Carlos, pela partilha desta Meditação profunda e bela, por nos relembrar que …” a oração, a escuta atenta da Palavra de Deus, a Eucaristia, em que nos alimentamos do Corpo e Sangue do Senhor, e o amor fraterno vivido com verdade e justiça são meios em que a nossa experiência se pode alimentar, fortalecer, e transformar.” …
Bem-haja, Frei José Carlos, por nos encorajar a viver esta transformação … ”De sedentos de água viva podemos passar a fontes que saciam a sede”. Que o Senhor o ilumine e abençoe.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva
Permita-me que no Dia Mundial da Poesia, partilhe um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen.
A paz sem vencedor e sem vencidos
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
(In, “Dual”,1972)
Frei José Carlos,
ResponderEliminarMuito grata pelo belo texto que partilhou connosco,excelente Meditação,profunda que muito gostei,sobre o Evangelho de São João.Como nos diz o Frei José Carlos,as suas palavras são imprescindíveis,são profundas de sentido e se me permite,faço minhas as suas palavras...Neste sentido a oração,a escuta atenta da Palavra de Deus,a Eucaristia,em que nos alimentamos do Corpo e Sangue do Senhor,e o amor fraterno vivido com verdade e justiça,são meios em que a nossa experiência se pode alimentar,fortalecer,e transformar.De sedentos de água viva podemos passar a fontes que saciam a sede.
Que o Senhor nos cative cada vez mais para vivermos na sua intimidade e a partir dela a nossa missão seja cada vez mais divina e salvadora.Obrigada,Frei José Carlos,por esta partilha bela e tão profunda que nos encoraja a prosseguir,com mais determinação a nossa caminhada quaresmal.
Que o Senhor o ajude ,o ilumine e o abençõe.Desejo-lhe um bom dia.
Um abraço fraterno.
AD