quarta-feira, 28 de março de 2012

A verdade vos fará livres (Jo 8,32)

Jesus continua o seu debate com os judeus, com o povo de Jerusalém, e inevitavelmente enfrenta a recusa e a desconfiança face a si mesmo. Mesmo aqueles que tinham acreditado nele necessitavam fortalecer e fundamentar a sua adesão e a sua fé.
É a estes que Jesus se dirige dizendo-lhes que na medida em que permanecerem na sua palavra serão verdadeiramente seus discípulos e a verdade os fará livres. Não podemos esquecer que Jesus se apresenta como o caminho, a verdade e a vida.
Esta questão da liberdade é no entanto uma questão sensível e, como seria de esperar, os que escutam Jesus imediatamente o contestam afirmando a sua liberdade, a inexistência de qualquer necessidade de libertação.
Resposta falsa, hipócrita, não só porque como Jesus lhes diz, não reconhecem o Filho de Deus que lhes é enviado, e portanto estão presos no erro e no pecado, mas sobretudo porque de facto e em termos políticos estavam sob o domínio dos romanos, eram de alguma forma escravos do império. E nisto, como diz o povo, não há pior cego do que aquele que não quer ver.
A fé em Jesus e a vida vivida em coerência com essa fé é assim fonte e forma de libertação, uma libertação que não está na nossa mão nem é nossa conquista, mas que nos é oferecida na própria pessoa de Jesus e no seu sacrifício de amor. A liberdade de Jesus é um dom que nos é feito e na medida do seu acolhimento seremos verdadeiramente livres.
Procuremos pois acolher a verdade de Jesus, a verdade de Filho de Deus e Filho do Homem, a verdade do seu sacrifício de amor e a libertação da morte eterna alcançada pelo mesmo, a verdade de que o dom da vida, a desapropriação como processo nos alcança mais plenitude de vida que o egoísmo e a avareza. Procuremos acolher Jesus para encontrar a liberdade da verdade que nos revela.

Ilustração: “Jesus coroado de espinhos”, de Georg Pencz, Museu Nacional de Wroclaw.

2 comentários:

  1. Frei José Carlos,

    Ao reflectirmos numa das frases de Jesus citada no excerto do Evangelho do dia de hoje e no texto da Meditação que partilha connosco : «Se permanecerdes fiéis à minha mensagem, sereis verdadeiramente meus discípulos, 
conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres», encontramo-nos de novo no centro do tema sobre o qual algumas vezes temos reflectido, a liberdade individual e o seguimento e a fidelidade a Jesus que não nos condiciona e a coerência da nossa vida. Ao contrário, como nos recordou, torna-nos verdadeiramente livres. Como nos salienta a “questão da liberdade é no entanto uma questão sensível. (…)
    (…) A fé em Jesus e a vida vivida em coerência com essa fé é assim fonte e forma de libertação, uma libertação que não está na nossa mão nem é nossa conquista, mas que nos é oferecida na própria pessoa de Jesus e no seu sacrifício de amor. A liberdade de Jesus é um dom que nos é feito e na medida do seu acolhimento seremos verdadeiramente livres”...
    Necessitamos, hoje, como no passado, de “fortalecer e fundamentar a nossa adesão e a nossa fé” e saber como nos exorta “acolher Jesus para encontrar a liberdade da verdade que nos revela.”
    Obrigada, Frei José Carlos, pela partilha da Meditação, profunda, importante que nos ajuda no nosso peregrinar. Que o Senhor o ilumine e abençõe.
    Continuação de uma boa semana.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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  2. Frei José Carlos,

    Muito grata,pelo excelente texto que partilhou connosco.Como nos diz o Frei José Carlos,sobre o Evangelho de São João,as magníficas palavras tão reconfortantes,que nos dão força neste tempo quasresmal que está no fim.A fé em Jesus e a vida vivida em coerência com essa fé é assim fonte e forma de libertação,uma libertação que não está na nossa mão nem é nossa conquista,mas que nos é oferecida na própria pesssoa de Jesus e no seu sacrifício de amor.A liberdade de Jesus é um dom que nos é feito e na medida do seu acolhimento seremos verdadeiramente livres.
    Procuremos pois acolher a verdade de Jesus,a verdade de Filho de Deus e Filho do Homem a verdade do seu sacrifício de amor a libertação da morte eterna alcançada pelo mesmo, a verdade de que o dom da vida, a desapropriação como processo nos alcança mais plenitude de vida que o egoismo e a avareza.
    Procuremos acolher Jesus para encontrar a liberdade da verdade que nos revela.Obrigada,Frei José Carlos,pela maravilhosa Meditação deste dia que muito gostei,e que nos dá um pouco de alento.Bem haja,Frei José Carlos.Que o Senhor o ilumine o abençõe e o proteja.Continuação de uma boa semana,ao Frei José Carlos.
    Um abraço fraterno.
    AD

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