terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Viver na eternidade

 
Viver no presente, e viver com paixão, como um músico que a cada batida do coração decifra com atenção a partitura, entregando-se tudo o que pode, é desde já começar a viver na eternidade.
Paul Claudel a Louis Massignon
Ilustração: Imagem da Virgem Maria da Igreja da Santíssima Trindade em Genebra.

2 comentários:

  1. Frei José Carlos,

    As palavras de Paul Claudel a Louis Massignon recordam-me um poema de Frei Augusto Mourão, OP, que vou partilhar a seguir e no qual pode ler-se …” vem, amor derramado em nossos corações,/vem lembrar que um coração frio/não pode compreender uma palavra de fogo/ e que só há vida e piedade e coragem porque o amor nos move/”...
    Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhas, pela bela imagem da Virgem Maria que soube subestimar o seu papel na vinda de Deus junto de nós, através do nascimento de Jesus. Bem-haja.
    Continuação de uma boa tarde e de uma boa semana. Que o Senhor o ilumine, abençoe e proteja.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

    P.S. Permita-me que partilhe de novo um poema de Frei José Augusto Mourão, OP.

    veni Sancte Spiritus


    vem, Espírito de Deus/vem como uma noite de fogo/e acorda o que em nós, na luz do dia, dorme/

    vem, memória aberta, sobre o que acontece/ e cumpra-se o que às nossas pobres visões presentes falta/

    vem, memória da casa, de corpo não enclausurada/ e que se desloque quando nos movamos/

    vem, motor do devir, que deixa a cada um o seu crescimento,/ a sua diferença e a sua desordem/

    vem, deslocação da estância, negação da estatística e do algoritmo,/que nos ensina a ordem através do ruído/
    e que só na mobilidade encontras o repouso/

    vem, força de Deus, deslocação do ponto fixo,/da casa murada e fria e defendida:/
    que um terramoto faça tremer a língua e estremecer o corpo/que não é neutro nunca se o calor o habita/

    vem, sabedoria, dizer à nossa vida que o racional é lacunar,/efeito de margem, e só há saber das ilhas/
    vem ensinar à nossa vida a finitude/e que recebamos sem êxtases inúteis nem cegueira/
    o invisível que em nós trabalha o barro/

    vem, amor derramado em nossos corações,/vem lembrar que um coração frio/
    não pode compreender uma palavra de fogo/ e que só há vida e piedade e coragem porque o amor nos move/

    vem, instante de fogo e de ternura,/alegria sem medo do ilimitado do corpo e do ilimitado do dom/
    que invocamos neste fim de tarde/ e que nos ensinas a rezar

    (In, “O Nome e a Forma”, Pedra Angular, 2009)

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  2. Frei José Carlos,

    Agradeço-lhe as palavras maravilhosamente belas do "Pensamento do dia"de Paul Claudel,como ele nos diz,viver o presente,é viver com paixão.Obrigada,Frei José Carlos,pela magnífica ilustração da Virgem Maria com o Menino,da Igreja da Santíssima Trindade de Genebra.Bem-haja.Que o Senhor o ilumine e o abençõe e proteja.Desejo-lhe um boa noite.
    Um abraço fraterno.
    AD

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