segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Apareceram uns homens trazendo um paralítico (Lc 5,18)

Jesus encontra-se em casa, rodeado de gente, de escribas e fariseus, de povo simples que impossibilita o acesso àqueles que chegaram mais tarde, como estes amigos que trazem um paralítico num catre para que Jesus o cure.
Não deixa de nos surpreender o pormenor com que São Lucas nos narra esta cura que Jesus opera, assim como não deixa de nos surpreender a actividade e a perseverança destes homens em introduzirem o paralítico junto de Jesus.
Face à impossibilidade de entrarem pela porta, como ladrões diligentes sobem ao terraço, retiram as telhas e introduzem o paralítico junto de Jesus, diante de toda a gente. É impressionante o esforço e a perspicácia, porque através daquela entrada inusitada, ninguém lhes poderia barrar o acesso, impossibilitar a chegada até Jesus.
E ao ver tal espectáculo Jesus não pode deixar de louvar a fé daqueles homens, não pode deixar de perdoar os pecados do paralítico, afinal o verdadeiro impedimento para a movimentação e a actividade normal.
Diante destes homens e da sua acção coloca-se a questão da nossa solicitude e agilidade face à fé, ao testemunho de Jesus Cristo e mesmo da nossa oração. Que esforços empregamos para fortalecer a nossa fé, que barreiras tantas vezes preconceituosas retiramos diante dos nosso conhecidos para que se possam encontrar com Jesus, a que terraços da oração subimos para termos um acesso mais privilegiado ao centro da casa onde se encontra Jesus.
A fé move montanhas, mas também encontra soluções para escapar à multidão que nos impede o acesso até Jesus, também dá forças para subir ao terraço, e com fé também somos capazes de arredar as telhas do nosso egoísmo para nos encontrarmos com Jesus.
Conta-se a história que um dia uma das irmãs de São Tomás lhe perguntou o que era necessário para ser santo, ao que ele respondeu, apenas querer. De facto é a nossa vontade, é o nosso querer que nos leva a encontrar soluções, a fazer as coisas que são necessárias para alcançarmos o fim que desejamos.
Peçamos por isso ao Senhor que nos fortaleça no nosso querer, na nossa vontade de nos encontrarmos com ele, de modo especial neste tempo tão propício como é o Natal, em que Deus se fez menino para que nos pudéssemos abeirar dele em êxtase e adoração face a tanto amor.

2 comentários:

  1. Frei José Carlos,

    Leio e fico a reflectir no texto da Meditação que partilha connosco. Tento compreender as questões que nos coloca e os desafios que nos deixa neste tempo de Advento. E, ao longo dos tempos, de forma certa ou errada, sempre entendi que há dois patamares: o pessoal, no qual somos livres na nossa condição humana, e que permite a cada um de nós, ao longo do caminho, por caminhos direitos ou sinuosos, estabelecer com Jesus Cristo uma relação directa, pautada pela fé, pela oração, pela meditação, pela Palavra, e o nível institucional que, com excepção de algumas “ilhas” onde reina o espírito de um Deus de amor, misericordioso, salvífico, com frequência, baseado na lei, vai excluindo, com diferentes fundamentos, a muitos seres humanos desta aproximação com Deus.
    Recorda-nos, Frei José Carlos, que ...” A fé move montanhas, mas também encontra soluções para escapar à multidão que nos impede o acesso até Jesus, também dá forças para subir ao terraço, e com fé também somos capazes de arredar as telhas do nosso egoísmo para nos encontrarmos com Jesus. (…)
    (…)De facto é a nossa vontade, é o nosso querer que nos leva a encontrar soluções, a fazer as coisas que são necessárias para alcançarmos o fim que desejamos.”… Que assim seja, Frei José Carlos, mas será suficiente?
    Façamos nossas as palavras partilhadas e …” Peçamos por isso ao Senhor que nos fortaleça no nosso querer, na nossa vontade de nos encontrarmos com ele, de modo especial neste tempo tão propício como é o Natal, em que Deus se fez menino para que nos pudéssemos abeirar dele em êxtase e adoração face a tanto amor.”
    Obrigada, Frei José Carlos, pela coragem que nos transmite, pelos desafios que nos deixa. Bem-haja.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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  2. Frei José Carlos,

    Muito grata pelas maravilhas tão belas que acaba de partilhar connosco.Meditação tão profunda que nos leva a aterrar e a reflectir em todos os nossos actos do nosso dia,e nos dá força e coragem,para bem prepararmos o caminho,para a vinda do Messias.Obrigada Frei José Carlos,por esta riqueza de partilha,que me ajudou a reflectir mais profundamente.Desejo-lhe um bom dia na paz do Senhor.
    Um abraço fraterno.
    AD

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