quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Ele é fiel e justo (1Jo 1,9)

Estamos quase a terminar um ano e como habitualmente chega o momento de fazer um balanço do que vivemos, do que fizemos, do que nos propusemos viver e fazer e afinal ficou apenas no papel do projecto.
É neste contexto e para contrastar e reavaliar o que vivemos erradamente ou deixámos por viver e fazer que nos é oferecida a leitura da Primeira Carta de São João, e de modo muito particular no dia de hoje esta afirmação de que Deus é fiel e justo, se confessarmos os nossos pecados, para nos perdoar e purificar de toda a maldade.
Quanta alegria e quanto conforto ao saber desta fidelidade, justiça e misericórdia de Deus, quanta confiança face à análise do que vivemos neste ano quase a findar.
Há certamente algumas coisas erradas, algumas omissões, algumas faltas de caridade e justiça, alguma leviandade na busca da verdade, algum desânimo na luta por um mundo melhor, mais fraterno e mais justo.
Há certamente alguma preguiça, um reduzido empenho na frutificação dos talentos, um suficiente esquecimento da presença e da acção de Deus na nossa vida.
Esquecemo-nos demasiadamente que estamos a caminho, que somos um projecto em desenvolvimento, realidades em processo e portanto não se pode considerar nada como garantido ou alcançado, há sempre um horizonte que se perfila como meta.
Face a esta consciência e a alguma dor e frustração que possamos sentir, a algum desânimo face ao errado da nossa vida neste ano que termina, vem ao nosso encontro esta fidelidade e justiça do Senhor, essa confiança em nós mais forte e mais activa que a nossa própria confiança.
Fica-nos portanto e apenas a necessidade de confessarmos os nossos pecados, de assumirmos diante de Deus os nossos falhanços e as nossas fraquezas, as infidelidades e incoerências, o encontro connosco próprios e as circunstâncias que nos impedem de avançar mais, de fazer melhor. Se o fizermos, e como nos diz São João Deus não é mentiroso para não cumprir as suas promessas, o Senhor virá ao nosso encontro para nos curar, para nos fortalecer e para nos purificar de toda a maldade que possamos ter cometido.
Aproveitemos por isso qualquer momento destes últimos dias do ano, um pouco da noite, para nos encontrarmos com Deus e deitarmos contas à nossa vida, dispondo o nosso coração à graça libertadora e salvadora de Jesus. O ano que chega poderá apresentar-se com dificuldades mas nós entraremos nele fortalecidos e rejuvenescidos com a fidelidade e confiança de Deus em nós.

Ilustração: “Jesus Bom Pastor”, vitral de Alfred Handel na Igreja de São João Baptista em Ashfield, Austrália.

1 comentário:

  1. Frei José Carlos,

    Chegou o momento, como nos recorda, de cada um de nós fazer ...” um balanço do que vivemos, do que fizemos, do que nos propusemos viver e fazer e afinal ficou apenas no papel do projecto,” “de encontro connosco próprios” e “das circunstâncias que nos impedem de avançar mais, de fazer melhor.”…
    Como nos afirma …” Há certamente algumas coisas erradas, algumas omissões, algumas faltas de caridade e justiça, alguma leviandade na busca da verdade, algum desânimo na luta por um mundo melhor, mais fraterno e mais justo.
    Há certamente alguma preguiça, um reduzido empenho na frutificação dos talentos, um suficiente esquecimento da presença e da acção de Deus na nossa vida.”…
    Na realidade, podíamos ter ido mais além, mas sinto que na nossa condição humana, a transformação de cada um de nós é um longo processo, que se desenvolve ao longo da vida, com avanços e recuos. Como o Frei José Carlos nos afirma ...” Esquecemo-nos demasiadamente que estamos a caminho, que somos um projecto em desenvolvimento, realidades em processo e portanto não se pode considerar nada como garantido ou alcançado, há sempre um horizonte que se perfila como meta.”…
    Para nos ajudar nesse balanço lembra-nos …” a Primeira Carta de São João e de modo muito particular no dia de hoje esta afirmação de que Deus é fiel e justo, se confessarmos os nossos pecados, para nos perdoar e purificar de toda a maldade.”
    Senhor dai-nos a humildade e a clarividência para reconhecermos a ...”necessidade de confessarmos os nossos pecados, de assumirmos diante de Deus os nossos falhanços e as nossas fraquezas, as infidelidades e incoerências, o encontro connosco próprios e as circunstâncias que nos impedem de avançar mais, de fazer melhor e o Senhor virá ao nosso encontro para nos curar, para nos fortalecer e para nos purificar de toda a maldade que possamos ter cometido”, como nos exorta.
    Um grande obrigada pela partilha desta Meditação que nos encoraja a encontrar-nos connosco próprios e com Deus e a sair para o ano que se aproxima “fortalecidos e rejuvenescidos com a fidelidade e confiança de Deus em nós.”
    Continuação de boa semana. Que o Senhor ilumine e abençoe o Frei José Carlos.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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