Continuamos nesta oitava do Natal a celebrar a alegria do nascimento do nosso Salvador, e depois de termos celebrado a festa do primeiro Mártir, Santo Estêvão, celebramos hoje a festa de São João, o discípulo amado.
E se a festa de Santo Estêvão nos recordava a dimensão martirial e de sacrifício do seguimento de Jesus, a festa de São João Evangelista recorda-nos a dimensão de intimidade e amizade que esse mesmo seguimento exige.
Como São João nos diz na sua Primeira Carta é o que ouvimos, o que vimos, o que as nossas mãos tocaram, que podemos anunciar, que pode fundamentar a radicalidade e fidelidade do nosso seguimento. Necessitamos dessa intimidade, desse convívio íntimo e privado com Jesus para poder anunciar verdadeiramente o nome de Jesus e o seu mistério de redenção.
Intimidade e conhecimento que passa pelo mistério da encarnação, por essa fé de que o Verbo se fez carne e habitou entre nós, mas que passa também pelo mistério da ressurreição e do encontro do túmulo vazio. Diz-nos o Evangelho que João viu e acreditou, apesar de naquela manhã de Páscoa apenas ter visto o túmulo vazio e as ligaduras abandonadas a um canto.
Também nós somos convidados a acreditar, a partilhar dessa alegria que o Natal suscita em nós e São João deseja que seja completa. Contudo, para que tal possa acontecer não podemos dissociar estes dois grandes mistérios, a encarnação e a ressurreição, não podemos deixar de ter presente a pessoa de Jesus na sua dimensão histórica e a sua presença espiritual e gloriosa após a ressurreição, ou seja, não podemos deixar de acreditar na sua presença na ausência, no corpo do espírito.
Estas duas realidades ou dimensões marcam a nossa fé e a nossa relação com Deus e com os outros, pois sabemos que existimos num corpo e num espírito, somos herdeiros desse corpo histórico que foi Jesus e procuramos viver o espírito que o animou através do mandamento do amor.
À semelhança de São João que saibamos repousar a nossa cabeça sobre o peito de Jesus, e neste momento natalício sobre o peito de menino, para acolher e recolher toda a força e todo o espírito que nos ajudam a viver fielmente o seu seguimento.
Ilustração: “São João Evangelista”, de Jan van Bijlert, Museu de Utrecht.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarAgradeço-lhe esta beleza de Meditação que partilhou connosco,tão rica de sentido para todos nós,que nos dá muita força,para prosseguirmos na intimidade e amizade com este Deus Menino, que nos conforta em todas as situações da nossa vida.Como nos diz o Frei José Carlos,à semelhança de São João que saibamos repousar a nossa cabeça sobre o peito de Jesue,e neste momemto natalício sobre o peito do, menino para acolher e recolher toda a força e todo o espírito que nos ajudam a viver fielmente o seu seguimento.Obrigada, Frei José Carlos,por esta bela Meditação que muito gostei.Que o Senhor o ilumine e o proteja.Bem-haja,Frei José Carlos,boa continuação nesta quadra natalícia
Um abraço fraterno.
AD
Frei José Carlos,
ResponderEliminarDepois de termos reflectido sobre a Homilia da Natividade do Senhor Jesus, a Meditação sobre o Mártir Santo Estêvão e o Espírito que fala em nós, que partilhou connosco, o texto que nos oferece no dia em que celebramos a festa de São João Evangelista e que intitulou “João o cantor do Verbo da Vida”, leva-nos a compreender que o “mistério da encarnação passa também pelo mistério da ressurreição”, como nos afirma.
Como nos recorda ...” Também nós somos convidados a acreditar, a partilhar dessa alegria que o Natal suscita em nós e São João deseja que seja completa. Contudo, para que tal possa acontecer não podemos dissociar estes dois grandes mistérios, a encarnação e a ressurreição, não podemos deixar de ter presente a pessoa de Jesus na sua dimensão histórica e a sua presença espiritual e gloriosa após a ressurreição, ou seja, não podemos deixar de acreditar na sua presença na ausência, no corpo do espírito.”…
No todo que somos, corpo e espírito, vivamos em permanência a nossa relação com Deus e com os outros, como nos salienta, como “herdeiros desse corpo histórico que foi Jesus e procuremos viver o espírito que o animou através do mandamento do amor”.
Façamos nossas as palavras do Frei José Carlos e …” à semelhança de São João saibamos repousar a nossa cabeça sobre o peito de Jesus, e neste momento natalício sobre o peito de menino, para acolher e recolher toda a força e todo o espírito que nos ajudam a viver fielmente o seu seguimento.”
Obrigada, Frei José Carlos, pela partilha desta profunda, esclarecedora e bela Meditação. Que o Senhor o ilumine e proteja.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva