sábado, 10 de dezembro de 2011

Elias que havia de vir já veio (Mt 17,12)

É ao descer do monte, depois da transfiguração que os discípulos colocam a Jesus a questão da vinda de Elias. Depois da glória que lhes havia sido manifestada e tinham contemplado, como era possível dizer-se que Elias tinha que vir primeiro? Diante do que tinham contemplado, como se cumpria a promessa do profeta Malaquias de que Elias precederia o Messias? Porque afinal, se o precursor Elias não tivesse já aparecido aquela glória que tinham contemplado era uma pura ilusão.
Face à pergunta e às dúvidas que lhe subjazem, Jesus comunica aos discípulos que Elias já tinha vindo, não na forma como estava profetizada, essa forma extraordinária e assustadora de uma descida através do fogo, mas na forma do espírito que deveria presidir a essa mesma vinda, ou seja, convocando ao arrependimento, à fraternidade, reconduzindo os corações dos pais aos filhos e dos filhos aos pais, reconduzindo o coração do homem ao coração do seu criador.
Diante de tal explicação os discípulos perceberam que João era o Elias prometido como precursor do Messias, que não tinha aparecido com uma manifestação extraordinária, mas tinha levado a cabo a missão de reconduzir os corações dos homens ao coração de Deus através desse convite ao arrependimento e à penitência que pregava e vivia no deserto.
Diante de tal realidade, desta missão precursora de João Baptista, podemos e devemos questionar-nos sobre a forma como também nós assumimos e vivemos essa missão, se muitas vezes não nos deixamos enredar por questões e desejos de espectacularidade, de grandeza, esquecendo que o convite à união de corações, a recondução do coração do homem ao coração de Deus, está ao nosso alcance e é muito mais simples do que procuramos fazer.
Que o Senhor nos conceda esse espírito de humildade que marcou João Baptista, de modo a assumir que em cada dia e em cada gesto simples da nossa vida podemos testemunhar o espírito de conversão a que todos somos convidados para nos encontrarmos com o Messias Salvador.

2 comentários:

  1. Frei José Carlos,

    Ao ler este maravilhoso e belo texto,que nos propõe para nossa Meditação,é tão profundo e claro.Obrigada,Frei José Carlos,por este lindo texto que partilhou connosco,é duma beleza,como nos diz :É ao descer do monte,depois da transfiguração,que os discipulos colocam a Jesus a questão da vinda de Elias.
    Como nos diz o Frei José Carlos no texto,que o Senhor nos conceda o espírito de humildade que marcou João Baptista,de modo a assumir que em cada dia e em cada gesto simplisda nossa vida podemos testemunhar o espírito de conversão a que todos somos convidados para nos encontrarmos com o Messias Salvador.Que o Senhor o ilumine e o proteja.Desejo-lhe um bom fim de semana.Bem-haja,frei José Carlos.
    Um abraço fraterno.
    AD

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  2. Frei José Carlos,

    Leio a Meditação que partilha connosco e interrogo-me sobre o que leva muitos de nós a viver e a ter comportamentos de alguma espectacularidade, grandeza ou a tornar as coisas simples em algo de complexo, no nosso quotidiano que inclui o nosso processo de conversação. Razões sociais, culturais, a forma como aprendemos e/ou nos ensinaram a Palavra de Deus? É inerente à nossa condição humana? Como nos recorda ...” esquecemo-nos que o convite à união de corações, a recondução do coração do homem ao coração de Deus, está ao nosso alcance e é muito mais simples do que procuramos fazer.”
    Façamos nossas as palavras de Frei José Carlos e peçamos ao “Senhor que nos conceda esse espírito de humildade que marcou João Baptista, de modo a assumir que em cada dia e em cada gesto simples da nossa vida podemos testemunhar o espírito de conversão a que todos somos convidados para nos encontrarmos com o Messias Salvador.”
    Obrigada, Frei José Carlos, pela partilha que nos exorta e reconforta. Bem-haja.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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