Imediatamente a seguir ao dia de Natal, à celebração do nascimento do Salvador, a Igreja celebra a festa do Mártir Santo Estêvão, o primeiro a dar a vida pela fé em Jesus, e por isso conhecido como o protomártir da Igreja.
As diversas representações iconográficas do seu martírio mostram-nos um jovem, um jovem paramentado com a dalmática, um diácono que serve a Igreja nascente e presta o seu maior serviço através desta entrega da vida pela vida da Palavra.
Jesus tinha prevenido os seus discípulos para esta situação, para as inimizades que iriam encontrar pelo facto de acreditarem nele, de o testemunharem com a vida e a palavra. Afinal, seguir Jesus significava assumir a sua cruz e perder a vida para a encontrar.
Estêvão assumiu esta perda de vida, assumiu este risco, acreditando que mais importante que a sua vida era a vida de Jesus, era a sua palavra de vida. Estêvão assumiu também que a promessa do Espírito não era uma ilusão, mas uma realidade muito concreta que radicava na fé em Jesus, Filho de Deus, vencedor da morte, ressuscitado, e actualmente presente nesse Espírito Santo prometido.
Por causa desta confiança no Espírito Santo, na sua força, é que Estêvão defende a pessoa de Jesus, a sua história e a sua missão, é capaz de enfrentar os seus opositores acusando-os da morte do Filho de Deus, a quem ele vê sentado à direita do Pai. É nesta mesma confiança que entrega a sua vida clamando “Senhor Jesus recebe o meu espírito”.
Esta confiança de Estêvão é para nós um desafio e ao mesmo tempo um incentivo, na medida em que muitas vezes defendemos as nossas posições e convicções cristãs mais com a nossa palavra, a nossa capacidade pessoal de argumentação, fundados mais na nossa inteligência, que fundados e fundamentados no Espírito Santo, nessa promessa que Jesus nos fez que o Espírito Santo falaria por nós e em nós.
Não me consigo lembrar onde li que o Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, era o grande desconhecido face às pessoas de Jesus e do Pai. Não sei se o é, mas a verdade é que em muitas das nossas realidades nos esquecemos dele, da sua presença e acção intrínseca na nossa vida, pelo que necessitamos reencontrar-nos com ele e fazer com que fale em nós e através de nós.
Que o Mártir Santo Estêvão interceda por nós e nos ajude a aumentar a confiança no Espírito que habita em nós e nos pode levar a fazer as coisas mais insuspeitas à nossa fragilidade humana.
Ilustração: “Martírio de Santo Estêvão”, atribuído a Luigi Garzi
Frei José Carlos,
ResponderEliminarBem-haja pela partilha do texto da Meditação no dia em que a igreja celebra a festa litúrgica do Mártir Santo Estêvão, falando do seu exemplo como discípulo de Jesus e do Espírito que fala em nós.
Como nos salienta é ...” Por causa desta confiança no Espírito Santo, na sua força, é que Estêvão defende a pessoa de Jesus, a sua história e a sua missão, é capaz de enfrentar os seus opositores acusando-os da morte do Filho de Deus, a quem ele vê sentado à direita do Pai. É nesta mesma confiança que entrega a sua vida clamando “Senhor Jesus recebe o meu espírito”.
Esta confiança de Estêvão é para nós um desafio e ao mesmo tempo um incentivo, na medida em que muitas vezes defendemos as nossas posições e convicções cristãs mais com a nossa palavra, a nossa capacidade pessoal de argumentação, fundados mais na nossa inteligência, que fundados e fundamentados no Espírito Santo, nessa promessa que Jesus nos fez que o Espírito Santo falaria por nós e em nós.”…
Obrigada, Frei José Carlos, por esta profunda partilha que nos desafia mas que nos reforça a “confiança no Espírito que habita em nós e como nos afirma nos pode levar a fazer as coisas mais insuspeitas à nossa fragilidade humana. Que o Mártir Santo Estevão interceda por nós”.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva